Um espaço para a língua… e para quem a fala!
Se já nos visitaste noutras ocasions, sabes que a nossa língua é protagonista no nosso Centro Social. Também nas atividades que a Artábria realiza dentro e fora dele.
Desde que abrimos as portas, em 1998, um objetivo central para nós foi quebrar tópicos como o de que em Ferrol nom se fala galego. Por isso quigemos criar um espaço em que trabalharmos coletivamente na nossa língua e motivar mais e mais adesons à principal ferramenta de comunicaçom criada polo nosso povo.
Nestes anos, já demonstramos a sua utilidade em todo o tipo de atividades: música, debates, festa, cursos… também para a conversa sobre qualquer assunto que nos preocupa ou nos distrai. Que maior contributo podemos fazer à riqueza lingüística e cultural do planeta que dar vitalidade à nossa própria língua?
De maneira inaudita, as instituiçons públicas e nom poucas privadas preferem deixar o galego para pequenos “ritos” e assumir como própria e efetiva a língua da “poderosa” Espanha. Nós consideramos legítimo que cada qual fale a língua que preferir (em Ferrol falam-se muitas!), mas também consideramos imprescindível que coletivamente garantamos para a nossa o papel que corresponde lhe como idioma do País. É o que fam todos os povos livres no mundo!
Difícil? Só se nom tentarmos!
Sabemos que a recuperaçom do idioma nom depende principalmente de atitudes individuais, pois há poderosos mecanismos institucionais, normas escritas e nom escritas que dam ao espanhol o papel principal nesta sociedade. De facto, o galego foi durante longos séculos e até bem recentemente a língua mais falada, sem por isso conseguir ser a língua principal em todos os campos.
Na Artábria pensamos que a estratégia que devolverá ao galego o papel que merece só pode ser coletiva. Por isso nos agrupamos, nos compactamos para coletivamente atuar na reivindicaçom do protagonismo social galego.
Cada atividade que realizamos, cada falante que ganhamos, cada argumento que socializamos é um passo na direçom certa. Esse é o nosso caminho.
Quebrar preconceitos!
Quebrar preconceitos é um dos objetivos. O galego nom deve estar subordinado ao espanhol, nem no seu uso, nem na sua forma, nem nos direitos dos seus e das suas falantes. O galego é umha ferramenta para a soberania… e a soberania é algo que toda pessoa e todo povo necessita.
A nossa língua foi levada para o sul na faixa ocidental da Península, na mesma altura em que o castelhano ocupou a faixa central até a Andaluzia e o catalám a faixa oriental até o País Valenciano. Fazemos parte de um dos três grandes espaços lingüísticos peninsulares. Daí que podamos denominar o galego como galego-português, tendo em conta que Portugal fijo do galego o idioma do seu Estado e levou-no a todos os continentes, convertendo-o num dos mais falados do mundo.
Nom falamos, portanto, umha língua minoritária, nem as suas possibilidades comunicativas acabam na Comunidade Autónoma da Galiza. O nosso país fai parte de umha comunidade com quase 250 milhons de falantes na Galiza, Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, etc. Esse é, hoje em dia, um argumento poderoso para a recuperaçom da nossa língua!